“Por isso o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós; e por isso se levantará, para se compadecer de vós; porque o Senhor é um Deus de equidade; bem-aventurados todos os que por ele esperam.” (Isaías 30:18)
Continuo a ter as minhas dúvidas de que o ser humano consiga resolver a situação de pandemia que se vive. Corre-se para os laboratórios para se descobrir uma vacina, esperando que ela acabe com este vírus, mas vemos que ele se desenvolve em novas estirpes, umas mais perigosas que outras. Continuamos a ouvir que a variante de A, X, ou Y é mais infecciosa ou mais contagiosa do que a primeira. E o ser humano continua a confiar na força, na capacidade e na inteligência dos cientistas, dos peritos, dos políticos.
Certamente, um dia voltaremos ao normal, com o vírus controlado, mas não exterminado. E aí diremos que foi graças à ciência, graças aos médicos e enfermeiros, graças ao confinamento, graças às decisões políticas, graças a isto e graças àquilo. Não quero desprestigiar o trabalho de quem se tem esforçado além das suas capacidades físicas. Mas, o facto é que continuamos a confiar nos homens que têm a sua vida assegurada, enquanto os mais frágeis da sociedade continuam sem pão, sem leite, sem dinheiro para pagar as necessidades mais básicas para a sua sobrevivência.
Mas se falarmos de Deus, dizem-nos que isso é absurdo, irracional. Normalmente costumam perguntar: Por que é que Deus deixa morrer tanta gente? De que é que Deus está à espera?
A releitura e estudo do livro de Isaías tem-me levado a refletir constantemente nesta situação. É facto assente que o profeta apresenta como palavra final de Deus a restauração, a salvação, a renovação dos povos e do mundo. Mas antes disso, temos sempre exortação, repreensão, denúncia do pecado, do desvio, da rebeldia, da mentira e da rejeição da lei do Senhor. O povo de Israel rejeitava a palavra do profeta, confiando mais nos opressores (como o Egipto) e estribando-se mais na perversidade. Então o profeta dizia: “Por isso esta maldade vos será como brecha que virá subitamente sobre vós e vos quebrantará e despedaçará. E sereis fugitivos e ficareis como o mastro no cume do monte” (cf. Is 30:8-17).
Desde o século passado, temos assistido a uma debandada de pessoas das igrejas. Os crentes deixaram de se interessar pelo estudo meticuloso das escrituras. Acabaram-se com as Escolas Dominicais, com os cultos de estudo bíblico e oração. Hoje em dia, a ida aos cultos é mera opção de escolha, hoje apetece-me ir, amanhã já não apetece. Hoje levantei-me com disposição para ir, amanhã apetece-me ficar na cama. E quando vamos, gostamos é de ouvir sermões ou mensagens que afaguem o nosso ego. Queremos discursos aprazíveis; queremos quimeras; queremos ouvir: “Vai ficar tudo bem”; queremos que nos digam que apesar de estarmos longe dele, ele está sempre connosco; queremos ouvir dizer que, apesar das injustiças, das falsidades, dos egotismos que vivemos, Deus é sempre amoroso e vai dar-nos aquilo que desejamos.
É tempo de acordar para a vida e saber que o compasso de espera de Deus vai durar o tempo que levarmos a esperar única e exclusivamente nele em cada e todos os momentos da nossa vida. As Escrituras não se cansam de afirmar que Iavé é um Deus de justiça. Mas este é o tempo de espera de Deus, pois Ele está à espera que o ser humano comece a esperar nele. Quando isto acontecer, então seremos pessoas felizes.
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